quarta-feira, 16 de julho de 2008

Presença


É preciso que a saudade desenhe tuas linhas perfeitas,
teu perfil exato e que, apenas, levemente, o vento
das horas ponha um frêmito em teus cabelos...
É preciso que a tua ausência trescale
sutilmente, no ar, a trevo machucado,
a folhas de alecrim desde há muito guardadas,
não se sabe por quem nalgum móvel antigo...
mas é preciso, também, que seja como abrir uma janela
e respirar-te, azul e luminosa, no ar.
É preciso saudade pra eu te sentir
como sinto - em mim - a presença misteriosa da vida...
mas como surges és tão outra e multipla e imprevista
que nunca te pareces com teu retrato...
E eu tenho de fechar meus olhos para ver-te!
Por: Amanda, e Nicóli!